quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ser ou não ser (humano)?

Hoje não é dia de história, nem de ensaio, nem de impressão; mas de desabafo. Pois é, cansei. Do alto da minha impaciência, cansei desse povo sem um pingo de autocrítica perfeito. Do alto da minha intolerância, não suporto mais esses seres tão auto suficientes e confiantes mesmo com tantos defeitos!

Já olharam ao redor? Por acaso, encontrou alguém assumindo defeitos por ai?

Nelson disse certa vez:
"O ser humano é cego para os próprios defeitos. Jamais um vilão do cinema mudo proclamou-se vilão. Nem o idiota se diz idiota. Os defeitos existem dentro de nós, ativos e militantes, mas inconfessos. Nunca vi um sujeito vir à boca de cena e anunciar, de testa erguida: - Senhoras e senhores, eu sou um canalha."
Mas Nelson estava errado. Cegos somos é nós, incapazes de exergar tamanho oceano de perfeição ao nosso redor!

Sádico e cruel - como só eu - tenho brincado de perguntar às pessoas seus maiores defeitos! E o que vejo são elas responderem, depois de muito pensar, apenas defeitinhos leves e socialmente aceitos; do tipo: "teimoso", "ansioso"... Outro, um pouco menos perfeito, mais corajoso diria "impaciente".

Dia desses mesmo, um me confessou que seu maior defeito era o de querer agradar a todos! É. Vai ver, o problema seja mesmo eu. Eu que preciso dar um jeito nessa minha intolerância, impaciência, crueldade, cegueira, nesse sadismo. Enfim, nessa minha inveja. E aceitar que estou cercado de divindades.

Ou posso tentar achar um semelhante.

Procuram-se invejosos, arrogantes, egoístas, caloteiros e demais. Procuram-se humanos, nessa terra de semideuses. Se ainda existe algum, e se você é um deles; eu imploro, se acuse! Não tenha vergonha de ser humano. Quem nega os defeitos aos outros, nega a si próprio. Se realmente queremos ser como nossos amigos infalíveis, temos que nos livrar desses malditos defeitos. E o primeiro passo é...
(re)conhecê-los!

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